sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Sistema Circulatório

Sistema Circulatório

É a rede de transporte formado pelo coração e vasos sangüíneos. Por meio desse sistema, o coração bombeia sangue através do vasto sistema de vasos do corpo.
O sangue carrega nutrientes, oxigênio e substâncias residuais das células.
O sangue, sob pressão alta, deixa o coração e é distribuído pelo corpo através das artérias de parede espessa.
Os vasos de distribuição final, arteríolas, entregam sangue oxigenado para os capilares, que formam o leito capilar.
Nos capilares, o sangue oferece oxigênio e nutrientes para as células, retendo escórias e dióxido de carbono.
O sangue proveniente do leito capilar penetra nas vênulas de parede fina.
As vênulas drenam para as pequenas veias que se anastomosam em grandes veias até retornarem ao coração, onde serão bombeadas para o pulmão para se re-oxigenarem.

Artérias
Carregam sangue do coração para os órgãos.
Suas paredes tem 3 túnicas:
- túnica adventícia;
- túnica média;
- túnica íntima (endotélio, subendotélio, membrana basilar e lâmina elástica).

Existem três tipos de artérias:
- artérias elásticas ou de condução: são as maiores; o corpo é capaz de manter sua pressão sangüínea no sistema arterial por causa de sua elasticidade.
Exemplo: aorta e ramos que se originam do arco da aorta.
A elasticidade permite expandir-se quando o coração contrai e retornar ao normal entre as contrações cardíacas.
- artérias musculares ou de distribuição: distribuem o sangue para várias partes do corpo. Suas paredes consistem principalmente de fibras musculares lisas dispostas circularmente. Regulam o fluxo de sangue para diferentes partes, conforme as necessidades do corpo.
Exemplo: artéria femoral.
- arteríolas: são as menores, têm lumens estreitos e paredes musculares espessas.
O grau de pressão arterial dentro do sistema vascular é regulado principalmente pelo grau de tônus do músculo liso nas paredes arteriolares. Se o tônus está acima do normal, ocorre hipertensão arterial.

1º Ramo arterial da curva da aorta: tronco braquiocefálico arterial, que se subdivide em:
a) Artéria subclávia direita (vai para o encéfalo, medula espinhal, pescoço e ombro);
b) Artéria carótida comum direita (vai para a cabeça e pescoço).
2º Ramo arterial da curva da aorta: Artéria carótida comum esquerda (vai para a cabeça e pescoço).
3º Ramo arterial da curva da aorta: Artéria subclávia esquerda (vai para o encéfalo, medula espinhal, pescoço e ombro).

Distribuição das artérias dos membros superiores:
Subclávia: distribui para encéfalo, medula espinhal, pescoço e ombro.
Axilar: distribui para ombro, músculos torácicos e escapulares e úmero.
Braquial: distribui para braço.
Radial: distribui para face lateral do antebraço, punho e mão.
Ulnar: distribui para face medial do antebraço, punho e mão.
Arco Superficial Palmar: distribui para palma da mão e dedos.
Arco Profundo Palmar: distribui para palma da mão e dedos.

Distribuição das artérias dos membros inferiores:
Ilíaca Comum: distribui para pelve, genitália externa e membros inferiores.
Ilíaca Interna: distribui para pelve, nádegas, genitália externa e coxa.
Ilíaca Externa: distribui para membros inferiores.
Femoral: distribui para virilhas e músculos da coxa.
Poplítea: distribui para região posterior da perna, joelho, fêmur, patela e fíbula.
Tibial Anterior: distribui para joelho, músculos anteriores da perna e tornozelo.
Tibial Posterior: distribui para músculos, ossos e articulações das pernas e dos pés.
Fibular: distribui para músculos profundos da região posterior da perna, músculos fibulares, fíbula, tarso e face lateral do calcanhar.
Dorsal do Pé: distribui para músculos e articulações da face dorsal do pé.
Plantar Lateral: distribui para metatarsos e artelhos.
Plantar Medial: distribui para flexor curto dos dedos, adutor do hálux e dedos.
Circulação colateral:
São canais opcionais de fluxo sangüíneo que ocorrem no caso de obstrução de canais principais, garantindo o suprimento sangüíneo para as estruturas distais à obstrução.
Isso é possível devido à existência de anastomoses (comunicações) entre os ramos das artérias, que servem como desvio para o fluxo sangüíneo.
Quando uma artéria principal é ocluída por algum motivo (compressão, posição, ligadura cirúrgica, êmbolo sangüíneo, metastático ou gorduroso), artérias opcionais de menor tamanho podem aumentar seu diâmetro e suprir as estruturas irrigadas pela artéria ocluída.
Existem locais que não têm circulação colateral, ou onde essas são ineficientes. As artérias que não fazem anastomoses com outras adjacentes são denominadas artérias anatômicas ou artérias terminais verdadeiras.Isso ocorre na retina, cuja oclusão arterial resulta em cegueira.
Artérias terminais funcionais são aquelas que cujas anastomoses são ineficazes. Por exemplo: as coronárias podem ter anastomoses eficientes ou não; isso pode depender de tempo para a circulação colateral ser criada; quando não conseguem, são chamadas “artérias terminais funcionais”.

Veias
Trazem o sangue dos leitos capilares para o coração.
As grandes veias pulmonares são atípicas porque carregam sangue bem oxigenado (arterial) dos pulmões para o coração.
Por causa da pressão sangüínea baixa no sistema venoso, as paredes das veias são mais finas do que aquelas de suas artérias companheiras.
As menores veias são as vênulas.
A pressão sangüínea dentro das veias é baixa, o que não ajuda no fácil retorno venoso ao coração.
As veias de tamanho médio, nos membros e em outros locais onde o fluxo de sangue é contrário à força da gravidade, têm válvulas laminares que não permitem o sangue retornar no sentido oposto.
Existem duas bombas venosas responsáveis por manter o fluxo sangüíneo venoso: a bomba arteriovenosa (onde a pressão arterial impulsiona o sangue em direção ao coração) e a bomba músculo-venosa (a expansão externa dos ventres dos músculos esqueléticos dos membros, limitados pela fáscia profunda, comprime as veias ordenhando o sangue superiormente e os bombeiam ao coração).
Uma veia grande, como por exemplo a veia cava superior, é caracterizado por amplos feixes de músculo liso longitudinal e uma túnica adventícia bem desenvolvida.
As veias podem ser duplas ou múltiplas. Aquelas que acompanham artérias profundas (veias acompanhantes) envolvem-nas em uma rede irregular de ramos. As veias acompanhantes ocupam uma bainha vascular relativamente inflexível com as artérias que elas acompanham. Como resultado, elas são esticadas e achatadas à medida que a artéria se expande durante a contração do coração, o que auxilia na condução do sangue venoso em direção ao coração.

Mecanismo de surgimento de varizes nos membros inferiores:
Quando as paredes das veias perdem sua elasticidade, elas se tornam fracas. Uma veia enfraquecida dilata sob a pressão da sustentação de uma coluna de sangue contra a gravidade. Isso resulta em veias varicosas, distendidas e edemaciadas.
Isso é observado com maior freqüência nas pernas devido a ser lá que a pressão ortostática do sangue venoso é maior, principalmente quando o paciente fica muito tempo de pé.
As veias varicosas possuem um calibre maior que a normal, e as válvulas não impedem o sangue venoso de voltar, uma vez que estão destruídas pela inflamação ou outros fatores idiopáticos.
Devido a essas válvulas incompetentes, a coluna de sangue retroage, aumentando ainda mais a pressão sobre as paredes venosas e fazendo a varicosidade evoluir.
A veia varicosa também ocorre na presença de degeneração da fáscia muscular, devido a sua incapacidade de conter a expansão muscular, inativando assim a bomba músculo-venosa.

Distribuição das veias dos membros superiores:
Superficiais:
Cefálica: drena a face lateral do membro superior.
Basílica: drena a face medial do membro superior.
Mediana: drena a palma da mão e antebraço.
Profundas:
Radial: drena a face medial do antebraço.
Ulnar: drena a face lateral do antebraço.
Braquial: drena o antebraço, cotovelo, braço e úmero.
Axilar: drena o braço, a axila e a parede torácica súpero-lateral.
Subclávia: drena o braço, o pescoço e a parede torácica.

Distribuição das veias dos membros inferiores:
Superficiais:
Safena magna: drena a face medial da perna e coxa, virilha, genitália externa e parede abdominal.
Safena parva: drena os pés e face posterior da perna.
Profundas:
Tibial posterior: drena o pé e músculos do compartimento posterior.
Tibial anterior: drena o tornozelo, joelho e face anterior da perna.
Poplítea: drena o joelho, músculos e ossos da perna e coxa.
Femoral: drena os músculos da coxa, fêmur e genitália externa.
Ilíaca externa: drena o membro inferior e a parede abdominal.
Ilíaca interna: drena a coxa, a nádega, genitália externa e pelve.
Ilíaca comum: drena a pelve, a genitália externa e o membro inferior.
Cava inferior: drena os membros inferiores, pelve e abdome.

Capilares
São tubos endoteliais simples que ligam o lado arterial e venoso da circulação. Geralmente estão dispostos em rede, chamados leitos capilares, entre as arteríolas e as vênulas.
Em algumas regiões, como nos dedos, existem conexões diretas entre artérias e veias pequenas próximas ao leito capilar que elas suprem e drenam. Os locais de tais comunicações, anastomoses arteríolovenulares (desvio AV) permite que o sangue passe diretamente do lado arterial para o venoso da circulação, sem passar pelos capilares.
Os desvios AV na pele são numerosos, e possuem um papel importante na conservação do calor do corpo.

Na circulação terminal dos dedos não se deve usar anestesia com vasoconstrictor, pois não há circulação colateral; e se houver lesões dos vasos, ocorrerá necrose na ponta dos dedos.

Sistema Linfático
É parte do sistema circulatório, composta de vasta rede de vasos linfáticos que estão conectados com linfonodos, pequenas massas de tecido linfático.
Também inclui órgãos linfáticos, como o baço.
A linfa é um líquido tecidual que entra e é transportada por um vaso linfático. É clara e aquosa, possuindo os mesmos componentes que o plasma sangüíneo.
O sistema linfático é constituído de:
- plexos linfáticos: rede de vasos muito pequenos que se originam nos espaços intercelulares da maioria dos tecidos.
- linfáticos: rede de vasos linfáticos que se originam dos plexos linfáticos, ao longo dos quais os linfonodos estão localizados.
- linfonodos: filtros através dos quais a linfa passa no seu caminho para o sistema venoso.
- agregados de tecido linfóide: estão nas paredes do canal alimentar, no baço e no timo.
- linfócitos circulantes: células formadas no tecido linfóide tais como linfonodos, baço e tecido mielóide da medula óssea.

Após atravessar em um ou mais linfonodos, a linfa entra nos vasos linfáticos maiores (troncos linfáticos) que se unem para formar o ducto torácico ou o ducto linfático direito.
O ducto torácico começa no abdome como uma bolsa (a cisterna do quilo) e sobe através do tórax e entra na junção das veias jugular interna e subclávias esquerdas, pelo ângulo venoso.
O ducto linfático direito drena a linfa do lado direito da cabeça e pescoço, do MSD e da metade direita da cavidade torácica. O ducto torácico drena a linfa do restante do corpo.
Vasos linfáticos superficiais estão na pele e no tecido subcutâneo. Esses vasos drenam os vasos linfáticos profundos, situados na fáscia profunda entre os músculos e o tecido subcutâneo, que acompanham a maioria dos vasos sangüíneos.

Funções do sistema linfático:
Drenagem do líquido, coleta do plasma linfático dos espaços teciduais e transporte da linfa para o sistema venoso.
Absorção e transporte de gordura, no qual capilares linfáticos especiais (lácteos) recebem toda a gordura absorvida do intestino, e conduzem o quilo através do ducto torácico para o sistema venoso.
Formação de um mecanismo de defesa para o corpo.

Câncer e o sistema linfático:
O câncer pode se disseminar por contigüidade (crescimento para o tecido adjacente) ou por metástase (disseminação para locais distantes do tumor original).
A metástase pode ocorrer por semeadura direta (das membranas serosas das cavidades corporais), por disseminação linfogênica (através dos vasos linfáticos) ou por disseminação hematogênica (através dos vasos sangüíneos).
Na disseminação linfogênica (mais comum), a metástase é filtrada e aprisionada pelos linfonodos, que se tornam locais de câncer secundário.
Assim, ao remover um tumor potencialmente metastático, o cirurgião determina o estágio da metástase, removendo e examinando os linfonodos na ordem de passagem da linfa.

Linfangite é a inflamação secundária dos vasos linfáticos e linfadenite, a inflamação dos linfonodos. Isto ocorre quando o sistema linfático está envolvido no transporte químico ou bacteriano após um traumatismo grave ou uma infecção.
São estriações vermelhas na pele acompanhadas de linfonodomegalia.
Uma infecção não contida pelos linfonodos pode tornar-se uma septicemia.
O linfedema é o acúmulo localizado de líquido intersticial, e ocorre quando a linfa não drena uma área do corpo.
Por exemplo: pessoas operadas de câncer na axila, em que foram retirados os linfonodos, podem evoluir com um edema local (linfedema) de MS. Pessoas que tem câncer com metástase linfogênica também podem apresentar linfedema, uma vez que as metástases podem formar êmbolos nos vasos linfáticos.

Um comentário:

EstherBSS disse...

Muito bom o blog e o resumo ajudou muito.