sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Pâncreas

Pâncreas

O pâncreas possui a forma de um “C”, com uma perna alongada e localiza-se totalmente no retroperitônio. É um órgão com função endócrina e exócrina. A porção exócrina produz o suco pancreático e a porção endócrina produz glucagon e insulina.
Ele é dividido em 4 porções: cabeça, colo, corpo e cauda. O colo fica no local da passagem da veia mesentérica superior e onde a veia esplênica se une com a veia mesentérica superior, formando a veia porta. Essa união ocorre atrás do pâncreas.
A relação principal do pâncreas é com o duodeno; ele se relaciona com as quatro porções do duodeno. A cabeça do pâncreas é envolvida pelo por uma curvatura do duodeno em forma de C à direita dos vasos mesentéricos superiores. O processo uncinado, uma projeção da parte inferior da cabeça, estende-se medialmente para a esquerda, posterior à artéria mesentérica superior.

A cabeça do pâncreas é a parte mais expandida da glândula, que é circundada pela curva em forma de C do duodeno, á direito dos vasos mesentéricos superiores. Está firmemente fixada á face medial das partes descendente e horizontal do duodeno. O processo uncinado é uma projeção da parte inferior da cabeça do pâncreas que se estende medialmente para a esquerda, posterior á artéria mesentérica superior. A cabeça do pâncreas está apoiada posteriormente na veia cava inferior, artéria e veia renal direita, e veia renal esquerda. Em seu trajeto para se abrir na parte descendente do duodeno, o ducto colédoco situa-se no sulco na face póstero-superior da cabeça do pâncreas ou incrustado em sua substância.
O colo do pâncreas é curto e está situado sobre os vasos mesentéricos superiores, que formam um sulco em sua face posterior. A face anterior do colo, coberta por peritônio, está situada adjacente ao piloro do estômago. A veia mesentérica superior une-se á veia esplênica, posteriormente ao colo, para formar a veia porta.
O corpo do pâncreas continua a partir do colo e situa-se á esquerda dos vasos mesentéricos superiores, passando sobre a aorta e a vértebra L2, posteriormente à bolsa omental. A face anterior do corpo do pâncreas é coberta por peritônio, está situada no assoalho da bolsa omental e forma parte do leito do estômago. A face posterior do corpo do pâncreas é desprovida de peritônio e está em contato com a aorta, artéria mesentérica superior, supra-renal e o rim e os vasos renais esquerdos.
A cauda do pâncreas situa-se anteriormente ao rim esquerdo, onde está intimamente relacionado ao hilo esplênico e à flexura cólica esquerda. A cauda é relativamente móvel e passa entre as camadas do ligamento esplenorrenal com os vasos esplênicos. A extremidade da cauda geralmente é romba e voltada para cima.

O pâncreas possui íntima relação com o duodeno, íntima relação com o baço, é posterior ao estômago, anterior a veia cava e repousa sobre a 2° vértebra lombar.
Quando se identifica na radiografia uma fratura da 2° vértebra lombar, deve-se suspeitar de lesão pancreática.

O pâncreas tem localização retroperitonial e transversa na parede posterior do abdome, posterior ao estômago, entre o duodeno à direita e o baço à esquerda. O mesocolo transverso fixa-o à sua margem anterior.

Vascularização do pâncreas:
As artérias pancreáticas são provenientes principalmente dos ramos da artéria esplênica, que forma vários arcos com ramos pancreáticos das artérias gastroduodenal e mesentérica superior. Até 10 ramos da artéria esplênica suprem o corpo e a cauda do pâncreas. As artérias pancreaticoduodenais superior anterior e superior posterior, ramos da artéria gastroduodenal, e as artérias pancreaticoduodenais inferiores anterior e posterior, ramos da artéria mesentérica superior, suprem a cabeça. As veias pancreáticas correspondentes são tributárias das partes esplênica e mesentérica superior da veia porta; entretanto, a maioria delas drena para a veia esplênica.
As veias pancreáticas drenam o sangue principalmente para as veias esplênicas e veia mesentérica superior. Mas a maior parte dela drena para a veia mesentérica superior.
A veia esplênica se une com a veia mesentérica superior, formando a veia porta.

Inervação do pâncreas:
Os nervos do pâncreas são derivados dos nervos vago e esplâncnicos abdominopélvicos que atravessam o diafragma. As fibras simpáticas e parassimpáticas chegam ao pâncreas passando ao longo das artérias do plexo celíaco e do plexo mesentérico superior. As fibras simpáticas e parassimpáticas também são distribuídas para as células acinares e ilhotas pancreáticas.
A pancreatite faz com que surja uma dor em barra que se espalha pela região intercostal devido à invervação simpática da região.

Drenagem linfática do pâncreas:
Os vasos linfáticos pancreáticos acompanham os vasos sanguíneos. A maioria dos vasos termina nos linfonodos pancreáticos e esplênicos, situados ao longo da artéria esplênica. Alguns vasos terminam nos linfonodos pilóricos. Os vasos eferentes desses linfonodos drenam para os linfonodos mesentéricos superiores ou para os linfonodos celíacos através dos linfonodos hepáticos.

Na duodenopancreatectomia, para se retirar a cabeça do pâncreas cirurgicamente, é preciso fazer a retirada do duodeno, pois a vascularização dessas duas estruturas é a mesma.
É possível fazer a retirada do corpo, colo e cauda do pâncreas sem fazer a retirada do duodeno.
Numa lesão de baço onde é preciso realizar uma esplenectomia total, é preciso tomar cuidado na retirada, pois pode lesar a cauda do pâncreas, que é ligada ao baço através do ligamento esplenorrenal.

No trajeto do pâncreas, observa-se um ducto que vai colher todas as substâncias produzidas por ele, tanto endócrinas como exócrinas, chamado de ducto pancreático principal. O ducto pancreático principal se une com o ducto colédoco formando a ampola hepatopancreática. Essa ampola desemboca na 2° porção do duodeno formando uma estrutura chamada de papila duodenal. O ducto pancreático principal recebe esse nome, pois no pâncreas existem ductos pancreáticos acessórios.

O pâncreas produz uma secreção exócrina (suco pancreático das células acinares) que entra no duodeno através dos ductos pancreáticos principal e acessório. As secreções endócrinas (glucagon e insulina das ilhotas pancreáticas de Langerhans), que entram no sangue.

As manobras de Warren e Kocher são utilizadas nas cirurgias. A manobra de Warren é um mecanismo em que se solta a porta do pâncreas. Na manobra de Kocher, levanta-se o duodeno e a cabeça do pâncreas para ver a parte posterior do pâncreas.

Como acessar o pâncreas numa cirurgia: abre-se a cavidade abdominal, e acessa a região chamada omento menor, atrás dele está localizada a bolsa omental (retrocavidade dos epiplons), abrindo-o, chego no pâncreas.