sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Intestino Delgado

Intestino Delgado

O intestino delgado é a porção do trato digestório que segue ao estômago. Ele é formado por três partes bem definidas: o duodeno, o jejuno e o íleo. Toda essa parte do intestino delgado se localiza no mesogástrio (na anatomia palpatória)
O duodeno tem várias partes retroperitoneais; as demais partes, o jejuno e o íleo são vísceras peritoneais ou intraperitoneais.
O intestino delgado é responsável pela absorção de nutrientes, sais minerais, sais biliares e aminoácidos.
Algumas doenças congênitas determinam ausência de luz (parte interna do órgão), e o cirurgião tem que extirpar parte desse intestino na tentativa de salvar a criança. Quando se tira muita quantidade de intestino, a criança desenvolve a “síndrome do intestino curto”, onde ela não pode se alimentar com nada pela boca (via oral). Ela se alimenta por uma veia parieteral, por onde entra os nutrientes. Essa criança nunca come e ela sobrevive numa faixa de até dez anos de idade apenas. É uma doença gravíssima que talvez só se resolva com um possível transplante intestinal.

A superfície absortiva da mucosa intestinal mostra muitas pregas denominadas válvulas coniventes ou pregas de Kerckring, que aumentam a área de absorção da mucosa cerca de três vezes. Essas pregas estendem-se circularmente, por quase todo o intestino e estão bastante desenvolvidas especialmente no duodeno e no jejuno.
Localizadas em toda a superfície do intestino delgado, desde aproximadamente o ponto em que o ducto biliar comum esvazia-se no duodeno, até a válvula ileocecal, existem milhões de pequenas vilosidades, que se projetam cerca de 1 mm, a partir da superfície da mucosa. Essas vilosidades aumentam em dez vezes a área absortiva.
As células epiteliais intestinais, também chamadas de enterócitos, caracterizam-se pela borda em escova, contendo microvilosidades, o que aumenta a superfície de exposição às substâncias no intestino mais 20 vezes.
Assim, a combinação das pregas de Kerckring com as vilosidades e as microvilosidades aumenta a área absortiva da mucosa em cerca de 600 vezes.

Irrigação do Intestino Delgado:
A vascularização arterial do duodeno é feita por ramos do tronco celíaco e da mesentérica superior. A irrigação em todo o resto do intestino delgado é feita pela mesentérica superior que vai formar os ramos jejunais e os ramos ileais.
Tanto o duodeno quanto jejuno e íleo tem as suas veias acompanhando os ramos arteriais e drenam para a veia mesentérica superior que é uma tributária da veia porta.

Uma medicação que é absorvida via oral chega até a circulação venosa e é drenado para a veia porta. O sangue contendo a medicação chega na veia mesentérica superior e depois entra na veia porta.
A medicação é metabolizada no fígado, e é enviada para veias hepáticas, que drenam para veia cava inferior, átrio direito, ventrículo direito, pulmão (onde o sangue é oxigenado), átrio esquerdo, ventrículo esquerdo, artéria aorta e de lá para os tecidos do corpo.
Por tanto, medicações para uso oral devem estar preparadas para passarem pelo fígado, e possivelmente serem metabolizadas, diferente das medicações de uso endovenoso, intramuscular, por via retal ou tópica.

Um tubo de alimentação entérica passa pelo duodeno e necessariamente tem que ficar no jejuno.

A inervação do intestino delgado se faz pelos ramos vagais (tronco posterior), glânglios celíacos e gânglios esplâncnicos.


Duodeno
Ampola, porção descendente, porção horizontal e porção ascendente.
O duodeno fica a direita do estômago, no retroperitônio. O duodeno forma um “C”, o arco duodenal, ao redor da cabeça do pâncreas que também é retroperitonial, mantendo uma intima relação com esse órgão.
O duodeno em toda sua extensão é fundamental como todo o resto do intestino delgado pra absorção dos nutrientes.

A primeira porção do duodeno que se segue logo após o piloro chama-se ampola duodenal; ela é dilatada como uma ampola porque recebe todo o quimo que está dentro de estômago.
A segunda porção é chamada de porção descendente; é a formadora do arco, abraçando toda a cabeça do pâncreas.
A seguir a terceira porção ou porção horizontal.
A quarta porção é chamada de ascendente. Ela emerge então em direção ao peritônio, onde começa ser completamente envolvida pelo peritônio, aqui já dando origem a próxima parte do intestino delgado, que é o jejuno.
Todas as porções do duodeno são retroperitoneais, pois o peritônio recobre apenas a face anterior do órgão.

Algumas áreas do duodeno são fundamentais ao início do processo de digestão. A bile produzida no fígado e o suco pancreático produzido no pâncreas, com as enzimas pancreáticas são drenadas para o intestino, para promover então o processo da digestão.
Tanto o colédoco quanto o ducto principal pancreático se unem e desembocam na segunda porção duodenal. Eles jogam a bile e o suco pancreático na segunda porção duodenal.
A união do colédoco e do ducto principal pancreático vai formar um orifício que é chamado de papila duodenal.
Também existe a papila secundária, do ducto pancreático secundário.
O duodeno é formado por uma parede de musculatura longitudinal interna, uma circular interna e a parte interna a mucosa. Esta musculatura circular e longitudinal abraça os ductos que entram e permitem a formação de uma área mais dilatada, chamada de ampola de Vater ou ampola hepatopancreática. Essa é a parte mais dilatada da união dos dois ductos (colédoco e do ducto principal pancreático).
O colédoco desce posteriormente ao duodeno, passando por detrás da primeira porção duodenal, se juntando ao ducto pancreático principal, pra formar a ampola hépatopancreática ou ampola de Vater, e um ducto secundário vindo a formar uma papila secundária.
A musculatura duodenal faz o controle da liberação das substâncias que caem dentro da luz intestinal. Ela abraça esses dois ductos que formam um orifício (papila duodenal), na intenção de formar um esfíncter, chamado de esfíncter de Oddi.
Essa musculatura da parede duodenal se contrai sobre a ampola controlar a drenagem do ducto pancreático e do colédoco.
Quando se tem uma carga maior dentro da luz intestinal, receptores de membrana induzem o relaxamento desse esfíncter e permitem a liberação dessas enzimas pancreáticas e do suco biliar.

Jejuno
O jejuno começa na flexura duodeno – jejuna (ângulo de Treitz).
O ângulo de Treitz ou ângulo duodeno jejunal ou junção duodeno jejunal é a junção entre o duodeno e o jejuno.
O jejuno e o íleo têm características muito semelhantes, mas eles se diferem em termos de absorção. Um é mais predisposto a absorção de determinados elementos, o outro para outros elementos.
Macroscopicamente é difícil detectar as diferenças, porque elas giram mais em torno da microscopia de cada um.
O jejuno tem 2 metros e meio, tem a alça mais fixa e tem uma mucosa mais clara e muito mais pregueada. Sua aparência é um pouco mais espessa, mais grossa do que o íleo.
Sua posição é um pouco mais alta em relação ao íleo. O conteúdo do jejuno é mais alimentar.

Diferenças entre duodeno e jejuno:
Na prática as diferenças entre o duodeno e o jejuno são poucas.
O íleo é menos espesso, menos vascularizado, menos avermelhado, mais próximo ao hipogástrio, tem a mucosa mais lisa, tem muita capacidade de absorção e o mesentério tem mais gordura.
O jejuno é mais espesso, mais vascularizado, mais avermelhado, mais próximo a região umbilical do abdome, tem a mucosa extremamente pregueada, tem pouca capacidade de absorção e o mesentério tem menos gordura.

Íleo
O íleo tem 3 metros e meio, é a parte terminal do meu intestino delgado, tem uma mucosa mais escura. O íleo tem uma mucosa mais lisa e cheia de placas de veia.
Sua posição é um pouco mais baixa em relação ao jejuno.
No íleo começa a se formar uma substância líquida fecalóide (não é fezes ainda).
Existe muita água no intestino delgado. Quem absorve essa água é o intestino grosso. No íleo terminal desemboca na primeira parte do intestino grosso, chamado de ceco.
O intestino delgado, responsável pela absorção de substâncias, precisa de tempo para realizar esta tarefa.
O íleo terminal entra na musculatura do ceco e forma a válvula íleo-cecal. Essa válvula se mantém fechada tempo suficiente para que todo conteúdo seja absorvido no intestino delgado e só o que não precisa ser aproveitado chegue ao íleo terminal em forma de secreção fecalóide.
Então a válvula íleo-cecal se abre e permite a liberação dessas substâncias para dentro da primeira porção do intestino grosso, que é o ceco, cheio de água e resto alimentar.

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